Quando eu tinha 23 anos, me mudei da Austrália para a Holanda a fim de trabalhar com Jovens com Uma Missão em Amsterdam. Eu era obreira de Escolas de Treinamento e Discipulado, que me levaram para longe em viagens missionárias de 3 meses. Essas viagens, mesmo sendo incríveis, deixavam-me desmotivada e solitária quando voltava para a comunidade entre as escolas. O meu problema era solidão.
Depois de alguns meses me sentindo sobrecarregada pela solidão, eu li um livro que dizia algo mais ou menos assim: “ninguém tem problema com solidão; o problema da pessoas é o que quer que esteja as impedindo de pegar o telefone e entrar em contato com alguém.” Foi aí que eu entendi, meu problema era na verdade baixa auto-estima e medo de rejeição. Era necessária uma solução completamente diferente, e mais profunda.
As vezes, nossa compreensão inicial do problema da humanidade e da solução de Deus, não é profunda o suficiente. Uma grande compreensão do Deus amável, que nos criou para participar em sua vida, nos oferece novas lentes para compreender o que Ele fez e tem feito por nós.
O que deu errado?
Quando Adão e Eva buscaram um conhecimento e controle que ignorava suas limitações e dependência de Deus, seus olhos foram abertos, fazendo com entendessem a Deus, a si mesmos, um ao outro e o mundo de forma diferente. O pecado des-integrou nosso relacionamento com Deus, com os outros e com toda a criação, e nos tornou suscetíveis às mentiras e à enganação de Satanás e seus seguidores. Nossa rebelião resultou em não estarmos mais no Filho, que é a fonte de nossa vida, e em quem fomos criados para depender e ser sustentados.
Aprofunde a sua ideia do problema da humanidade:
O Teólogo T.F. Torrance apropriadamente descreve que o problema não é tanto da imagem de pegar uma maça de dentro de um pote, mas a imagem de uma maça morrendo porque o galho foi cortado da árvore que dá a vida. Precisamos da nossa vida de volta!
Aliança e comunidade
A solução de deus começa com aliança e comunidade. Primeiro com Abraão, depois Israel e mais tarde a Igreja, Deus estabelece um povo pelo Seu nome. Eles devem ser à Sua imagem com a qual Ele se aliança e no qual Ele habita… um povo através do qual as nações verão a Deus. O fruto das suas vidas será trazer o Seu Reino para a terra.
Essa solução de aliança e comunidade também expõe a natureza de nossos próprios corações (Jeremias 17: 9). Repetidamente Israel falha em manter a aliança e falha em ser verdadeira imagem e semelhança. Mas, mesmo assim, Deus graciosamente provê sistemas de aliança e sacrificiais de resposta, ordenando a vida de Israel pera graça de Deus. Isso inclui o conhecimento e as expectativas que Deus proveu e proverá de uma vez por todas, um mediador e sumo-sacerdote para representar Deus aos homens, bem como um sacrifício apropriado para apresentar os homens à Deus.
Aprofunde a sua ideia da solução de Deus:
Por meio de aliança e comunidade, Deus cria a nação de Israel com uma cultura, língua e formas de adoração (cosmovisão) através das quais eles conheceriam a Ele e compreenderiam Jesus. De fato, a maior parte dos conceitos usados no cristianismo e no novo testamento para ajudar as pessoas a entenderem Jesus e os evangelhos, foram estabelecidos dentro da cultura de Israel, que foi preparada por Deus!
As alegorias do temple e o Dia de Expiação.
A cultura e a adoração de Israel girava em torno do tabernáculo e, mais tarde, do templo. Ambos eram uma cópia da criação que comunicava a história de Deus e como o mundo funciona. O pátio continha uma bacia com água chamada de oceano (as águas do caos do início da criação). Dentro era o Santo Lugar, nas suas paredes estavam gravadas imagens de palmeiras e frutas (jardim/ terra) e nesse lugar os sacerdotes podiam entrar. Nos fundos do Santo Lugar havia uma cortina grossa, grande e de cor anil coberta com estrelas e desenhos angelicais (os céus) que marcava a divisão entre o Santo Lugar e o Santo dos Santos. Toda a superfície do Santo dos Santos era coberta com outro e continha dois querubins, a Arca da Aliança e a presença de Deus. O Sumo Sacerdote podia entrar uma vez por ano a fim de apresentar o povo de Deus depois de fazer sacrifícios para si mesmo e para a nação de Israel. Isso tudo contava uma história de como o mundo funciona.
No Dia de Expiação (levítico 16: 8-9), Arão, o sumo-sacerdote, se apresentou com um bode à sua direita e outro à sua esquerda. Ele alcançou uma urna e pegou uma porção em cada mão. Em uma estava escrito “ao Senhor” e a outra “Azazel”, que significa “bote expiatório”. Dessa forma, isso determinava o que cada bode representaria para o sacrifício.
O bode que iria “para o Senhor” era chamando de “o bode do Senhor” e era sacrificado para satisfazer a justiça de Deus pelos pecados. O outro bode era o bode expiatório. As transgressões ou pecados do povo eram confessados sobre sua cabeça e depois ele era liberto para deserto (carregando os pecados) para expiar os pecados pela misericórdia de Deus. Ao passo que esse processo era completado, o Sumo Sacerdote entrava no Santo dos Santos, carregando as tribos do povo em uma placa no peito para a presença de Deus e intercedia em seu favor.
Aprofundando sua imagem da restauração de Deus da Humanidade para Si:
Precisamos de uma imagem grandiosa de um Deus cheio de graça e amoroso, que percorreu distâncias extraordinárias em alianças e comunidades para formar e restaurar um povo para o Seu nome.
Olhar com mais cuidado para a nação de Israel não apenas nos ajuda a ver o caráter de Deus mas lança o fundamento para entendermos a solução de deus: o que Jesus fez e a profundidade e largura do porquê disse ser importante.
Algo para refletir:
Tire um tempo para imaginar a cultura e a adoração de Israel. Pesquise sobre o Templo e as coisas dele, como o pão pita e o Menorah. Medite sobre o Dia da expiação. O que isso nos conta sobre quem Deus é? O que isso nos diz sobre quem Jesus é e por que precisamos dele?
Para ler mais sobre esse assunto
Recomendo o livro The King Jesus Gospel: The Original Good News Revisited de Scot McKnight